Eu não sinto o que eu fotografo.
O que eu fotografo não sente, não vibra, não vive, não pulsa.
Eu capturo imagens, alheias ao sentido.
O que eu fotografo não tem cheiro, não tem voz, não tem cor e é só papel.
Nenhum sentimento desperta ao ver as minhas fotografias, nenhuma lembrança se aviva, nenhuma história se conta. O que eu fotografo é estático, não se mexe, não rebrilha nem reverbera.
Sombras das sombras, opacas e inválidas, minhas fotografias insistem em existir, de teimosas, quase como eu. Elas não sabem porque existem e andam por aí fei